O ano que agora se encerra foi terrivelmente marcado pela pandemia do coronavírus, causador da doença Covid-19, e pelo negativismo e irresponsabilidade de chefes de nação como Donald Trump.

Chiquinho Pereira*

Graças a Deus, Trump perdeu as eleições nos Estados Unidos. Esperamos que a sociedade brasileira siga o exemplo e melhore a qualidade de seu voto, não reelegendo o atual presidente da República.

Afinal o que fez Bolsonaro em dois anos na Presidência? Concluiu a nefasta reforma da Previdência iniciada no governo anterior e, tendo como único objetivo sua reeleição, criou inúmeras confusões e perseguições políticas a seus potenciais adversários.

Entre eles o governador Doria, o presidente da Câmara Rodrigo Maia e políticos que fizeram parte de seu governo, com destaque perante a opinião pública, como os ex-ministros Mandetta e Moro.

Vale lembrar que o renomado médico Nelson Teich não aguentou as intransponíveis divergências com Bolsonaro e pediu demissão menos de um mês após tomar posse como ministro da Saúde.

Na economia, os setores produtivos seguem fragilizados e o desemprego, a informalidade, o desalento, a inflação e o custo de vida crescem sem parar.

A natureza e o meio ambiente sofrem com a omissão criminosa do governo e também continuam sob fortes ataques: a democracia, a soberania nacional e os direitos humanos, democráticos, sociais, culturais, trabalhistas e previdenciários do povo brasileiro.

Gripezinha?
Negacionista, irresponsável, preconceituoso, piadista sem graça e inoportuno, Bolsonaro negou a pandemia (como se ele e o Trump fossem mais sábios e experientes que todos os cientistas, especialistas e autoridades de saúde do planeta).

Disse que o coronavírus era uma “gripezinha”, boicotou o distanciamento social, o uso de máscaras e demais medidas de prevenção e, recentemente, voltou a desrespeitar as vítimas, as famílias das vítimas e toda a sociedade brasileira com a preconceituosa frase “tem que deixar de ser um país de maricas”.

Por tudo isto, este Jair tem sim culpa pelas 190 mil mortes (dados de dezembro) pela Covid-19 no Brasil!

O despreparo é tão grande que, após perceber que continuar sabotando as vacinas contra a Covid-19 era um erro para a disputa eleitoral de 2022, o governo Bolsonaro corre agora contra o tempo, mas ainda sem um plano organizado e, pasmem, sem seringas e agulhas suficientes para o número prometido de vacinações. Uma vergonha!

Quem ainda apoia esta nulidade de governo, este falso “mito”, sinceramente, só pode ser considerada uma pessoa sem conhecimento crítico, fanática, com cegueira social, sectária, oportunista ou adepta do mal mesmo.

Estes setores da sociedade brasileira precisam refletir e mudar de atitude, para que tenham um olhar menos egoísta perante a realidade e entendam de uma vez por todas que um país só se torna Nação quando há justiça, direitos, benefícios e oportunidades iguais para todos.

Por outro lado
As vacinas produzidas em tempo recorde contra a Covid-19 demonstram a importância da ciência e da tecnologia para o bem comum de toda a humanidade.

Devemos reconhecer a dedicação dos cientistas e dos profissionais da saúde do mundo todo pela saúde e pela vida das pessoas e parabenizá-los com todo entusiasmo, esperança e gratidão!

Ainda neste ano de 2020, foi preciosa a atuação do movimento sindical brasileiro nas negociações pela manutenção dos empregos, da renda e das atividades produtivas.

E também pelo auxílio emergencial de R$ 600 — conquista fundamental para milhões de pessoas que já eram ou ficaram socialmente mais vulneráveis na crise econômica piorada pela pandemia.

Reduzido pela metade pelo governo na Medida Provisória 1.000, que a Câmara dos Deputados não pautou para votação, o auxílio emergencial precisa voltar urgente, de preferência já em janeiro de 2021 e no valor original de R$ 600 mensais, até o fim da pandemia, protegendo os que não tiverem condições de retomar seus empregos ou atividades laborais e garantindo renda para o consumo de milhões de famílias.

Vamos exigir em 2021: vacinação urgente, segura e eficaz para todos contra a Covid-19, valorização do SUS, políticas públicas que descongelem investimentos em saúde, educação e tecnologia etc., geração de emprego, trabalho decente, renda digna, distribuição de renda, inclusão e mobilidade social ascendente, retomada do desenvolvimento e o fim da violência, do racismo, da homofobia, do machismo e de todos os tipos de assédio, perseguição e preconceito.

É tempo de mudanças e desejamos a todas as famílias um Natal de paz, amor e esperança e um Ano Novo melhor e mais propício para a realização de projetos pessoais, profissionais e coletivos! Um forte e solidário abraço a todos e a todas!

(*) Presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo e da Febrapan e secretário de Organização, Formação e Políticas Sindicais da UGT-Nacional.

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