A moral é a impotência em ação
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Essa tirada é do Marx. Lição antiga, portanto. Ocorre que entre nós a maior parte da “crítica” ao proto fascista é precisamente de ordem moral ou o alvo são quinquilharias como a mais recente, aquela relativa ao leite condensado.
Nildo Ouriques*
Ora, nessas circunstâncias, recordar o elementar é decisivo. O economista burguês remeterá a questão para um debate de natureza ética (na verdade um moralismo barato que logo renderá um programa especial na CNN ou na Globo). O bordão já está no jornalão burguês: “não podemos privilegiar quem pode pagar”…
Afinal, num país subdesenvolvido e dependente como o Brasil, o que não é privilégio de classe? A boa educação? O acesso à cultura? O saneamento básico? A chamada segurança pública? O “direito” ao trabalho? A garantia da aposentaria?
Por que, afinal, a desigualdade de classe que tudo organiza pouparia o acesso à vacina?
Não há possibilidade de garantir “direitos” sociais nos limites da ordem que nos oprime. Eis a razão pela qual teorizar e atuar em favor da Revolução Brasileira é o único caminho.
(*) Professor titular do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e presidente do Iela-UFSC. Publicado originalmente no portal Disparada